terça-feira, outubro 4

O trabalho da Patrícia Silva!

Às vezes as aulas não nos correm tão bem quanto o planeado... De imediato, há que recorrer a estratégias para minorar essa falha!  O calor não tem ajudado e com uma sala muiiiito quente, a vontade de estar concentrado(a) esmorece. Feita esta introdução, passo a apresentar a estratégia escolhida para "voltar à  terra":
Iniciei um parágrafo e pedi aos alunos que conquistassem a sua estória. Partilhados os textos, selecionei este que se apresenta pela sensibilidade que revelou! Parabéns à Patrícia, já merece o prémio "já entrego o meu filho a..."!


Cheguei.
Ao abrirem-me a porta, senti-me bem. O ambiente era acolhedor e cheirava bem. Tocaram-me no braço levando-me para outra sala, sentei-me e vi crianças de um lado para o outro, ouvia risos e sons de brinquedos e, de repente, dei por mim com uma criança ao meu lado que me disse:
- Olá, eu sou a Rita e tu como te chamas? Queres brincar comigo?
Sorri e respondi:
- Olá eu sou a Patrícia. Sim, a que queres brincar?
- Não sei, eu nunca brinco com ninguém, não consigo brincar como as outras crianças.
Ela tenta encontrar a minha mão par tocar-me, ao mesmo tempo que me diz aquelas palavras, e ao ver o seu rosto triste, escorre-lhe uma lágrima... Percebi que ela era cega e era ignorada pelas outras crianças. Com cuidado, limpo-lhe a lágrima, pego numa boneca que estava no chão e pu-la no seu colo. Ela começa a tocar-lhe e eu disse:
- Consegues sentir? Sabes o que é isto querida?
Passado alguns segundos ela responde:
- Sei, é uma boneca
- Sim é.
Ela sorriu e perguntou:
- É bonita?
Eu dei-lhe a mão com muito cuidado, com medo que ela se assustasse, e disse:
- É, é tão linda como tu,, Rita.
Ela sorriu mais uma vez e disse:
- Gostava tanto de ver como sou, gostava de ver a minha mamã e o meu papá. Só sei as coisas como as imagino.
- Sabes Rita, imaginar as coisas nem sempre é mau, é um mundo só teu.
- Como és tu, Patrícia?
Fiquei um pouco envergonhada, mas contente por ela querer saber como era e disse:
- Sou pequenina como tu, cabelo castanho e morena.
- Deves ser muito bonita...
- Obrigada querida.
Passei um bocado com aquela menina de apenas 6 aninhos, e fiquei tão feliz por tê-la feito feliz por um bocadinho, quando dei conta ela levantou-se e tentou abraçar-me e disse:
- Obrigada Patrícia, espero voltar a sentir-te.

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